Muitos tutores não sabem que seus animais também podem desenvolver cardiopatias e, poucos dos que sabem, não possuem conhecimento para detectar sinais da doença. A ideia por trás do tema setembro vermelho é justamente fazer com que as pessoas passem a ter mais consciência de como os problemas cardíacos se manifestam no animais, fazendo com que o diagnóstico seja feito mais cedo resultando em mais qualidade vida ao animal. Além disso, podemos conscientizar de como essa prevenção pode favorecer a longevidade desses pets para aproveitarem por mais tempo a vida com seus tutores.
Dentre todas as cardiopatias que acometem os pets, há quatro, em especial, que devemos mencionar. São elas:
1) Endocardiose Valvar Mitral em cães
Também conhecida como Insuficiência Valvar Mitral, pode levar os cães à insuficiência cardíaca congestiva grave. É a cardiopatia mais comum dos cães e tem baixa incidência em gatos. Apesar de acometer cães de todas as raças e faixas etárias, os que mais apresentam a doença são os de pequeno porte ou miniatura e idosos. Não se sabe bem a causa dessa doença, mas sabe-se que é degenerativa e não possui relação com agentes inflamatórios ou infecciosos.
2) Cardiomiopatia Dilatada
Diferente da endocardiose, citada no tópico anterior, essa doença é mais comumente vista em animais de grande porte ou gigante, acometendo principalmente cães adultos e idosos. Tem caráter crônico e acontece quando as câmaras do coração dilatam, deixando o músculo fino e enfraquecido, impedindo o bombeamento de sangue da forma adequada. Apesar de ter tratamento, a taxa de mortalidade é considerada bastante alta e por isso o diagnóstico precoce pode ser definitivo para uma melhor qualidade de vida.
3) Cardiomiopatia Hipertrófica Felina
Cardiopatia mais comum dos felinos, se caracteriza pela hipertrofia do ventrículo esquerdo levando ao mau funcionamento do coração. Pode ser primária ou idiopática, quando não há uma causa específica, apesar de muitos estudos indicarem alterações genéticas como principal fator, já que é uma doença encontrada principalmente nos felinos de raça pura. Quando secundária, a doença é resultado de uma outra afecção como hipertireoidismo, hipertensão sistêmica e estenose subaórtica. Acomete principalmente felinos jovens e, por ser uma doença silenciosa, os felinos costumam apresentar sinais clínicos quando o caso já está avançado, por isso é importante ressaltar a necessidade de exames periódicos. Vale lembrar que essa doença também pode afetar os cães, apesar de bastante raro.
4) Dirofilariose
É a quarta doença que vale a pena mencionar. Causada pelo parasita Dirofilaria immitis, que se aloja no coração dos pets durante a fase adulta, é considerada uma doença muito grave, que pode levar os animais à óbito e também ser transmitida para os seres humanos. A forma de transmissão se dá através da picada de um mosquito que tenha picado outro hospedeiro já contaminado. Mosquitos de várias espécies podem transmitir, incluindo o Aedes aegypti, responsável também pela transmissão da dengue, zica e chikungunya. Repelentes, vermífugo em dia e cuidados sanitários básicos ajudam a evitar que o animal se contamine.
Como saber se o pet tem problema cardíaco?
Devemos sempre nos atentar à espécie, raça, porte e idade do animal. Em fase inicial, pode não haver nenhum sinal clínico, por isso é de extrema importância fazer visitas rotineiras ao médico veterinário de confiança. Com a progressão da doença, o problema cardíaco passa a ser detectado no exame físico.
A tosse seca, cianose (língua e mucosa arroxeada), intolerância ao exercício físico e cansaço fácil são alguns dos sinais comumente relatados pelos tutores. Outros sinais mais graves que podem ou não aparecer são: ascite, edema de membros, síncope (desmaio) e dificuldade respiratória.
A radiografia do tórax, eletrocardiograma ou holter e o exame ecodopplercardiograma permitem a confirmação da doença de forma segura e indolor.
No caso do verme do coração – a dirofilariose, análises de amostras sanguíneas no microscópio também são de grande valia.
Setembro Vermelho – Aproveite algumas ideias de tópicos que você pode utilizar nas suas redes sociais. Assim, você instrui os tutores de pet sobre as principais doenças cardíacas que podem afetar os cães e gatos.
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Autora: Laura Carvalho Médica Veterinária e Social media da Agência Pet Texto editado e aprovado pela Agência Pet